ISO 55001: guia para aplicação da gestão de ativos
Uma breve declaração para estabelecer os princípios pelos quais a organização pretende aplicar a política de gestão de ativos.
Como adiantado no último artigo, um dos aspectos mais complexos sugeridos pela norma ISO 55000, e que faz parte da etapa do planejamento, é o estabelecimento de uma política de gestão de ativos. E a norma ISO 55001 dá início a esse processo.
O documento “Gestão de Ativos: Guia para aplicação da Norma ABNT NBR ISO 55001”, da International Copper Association (ICA) Latin America, define a política como sendo “uma declaração breve que estabelece os princípios pelos quais a organização pretende aplicar a gestão de ativos para alcançar os seus objetivos organizacionais”.
O Guia lembra ainda que a série da norma ISO 55000 recomenda que a política de gestão de ativos “seja uma declaração formal de apoio da alta direção e, assim, demonstre seu comprometimento com a gestão de ativos”.
Etapa de elaboração complexa, a estruturação dessa política deve levar em conta, além da visão e da missão da empresa, a análise estratégica da sua situação, inter-relacionando cada um desses aspectos.
No intuito de deixar mais claro esse processo, o Guia da norma ISO 55001 elenca um conjunto de regras que os elaboradores da política de gestão de ativos de uma empresa devem levar em conta.
Regras da ISO 55001
- Ela deve ser derivada e compatível com o plano estratégico organizacional, isto é, definir o alto valor estratégico dos ativos e como eles se encaixam na missão e objetivos da organização;
- Deve ser adequada à natureza e escala dos ativos da organização e das operações;
- Deve ser coerente com outras políticas organizacionais;
- Deve ser consistente com a gestão de risco global da organização, ou seja, orientar como as decisões devem ser tomadas;
- Deve fornecer uma estrutura que permita que a estratégia, os objetivos e os planos da gestão dos ativos sejam produzidos e implementados;
- Deve possuir um compromisso em cumprir a legislação, regulamentos e normas vigentes para a organização;
- Deve expressar claramente os princípios a serem aplicados (tais como a abordagem da organização para a saúde e segurança de seus colaboradores, meio ambiente ou desenvolvimento sustentável);
- Deve incluir um compromisso de melhoria contínua da gestão de ativos e do desempenho da gestão de ativos;
- Deve ser documentada, colocada em prática e mantida;
- Deve ser comunicada a todos os interessados, incluindo os prestadores de serviços contratados, e em qualquer momento em que haja a exigência de que as pessoas sejam informadas de suas obrigações relacionadas à política de gestão de ativos da organização;
- Deve ser revisada periodicamente para assegurar que sua relevância e coerência com a organização e com o plano estratégico seja mantida.
Compatibilidade, adequação, coerência, consistência, comprometimento, clareza, documentação e comunicação, portanto, são traços básicos para que a elaboração, a aplicação e a manutenção de uma política de gestão de ativos seja concretizada e renda seus frutos.
Mas uma organização precisa ter clareza sobre quais são seus ativos e quais deles podem ser considerados “ativos críticos”.
A definição de “ativos críticos” e seus critérios de identificação serão os temas do próximo artigo desta série.
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