Escolas sofrem com a precariedade no saneamento
in Saneamento Básico

Escolas sofrem com a precariedade no saneamento

Censo Escolar 2017 revela dados alarmantes em todo país.

No começo do ano, o Ministério da Educação (MEC) divulgou os dados do Censo Escolar 2017, que revelam a deficiência do saneamento no Brasil:

  • Apenas 41,6% das escolas que oferecem ensino fundamental contam com rede de esgoto;
  • 52,3% contam apenas com fossa;
  • Em 6,1% delas não há nenhum sistema de esgotamento sanitário.

 

A situação do abastecimento de água também é delicada:

  • 65,8% das escolas de ensino fundamental são abastecidas pela rede pública;
  • 17,4% delas utilizam poço artesiano;
  • 11,9% usam cacimba, poço ou cisterna;
  • 6,2% delas são abastecidas diretamente por rios, córregos ou outros canais.

 

O dado mais alarmante é que em 10% das escolas de ensino fundamental não há nem água, nem energia, nem esgoto. Para entender melhor o que essa porcentagem significa, vamos aos números: atualmente, segundo o Censo, o Brasil possui 131,6 mil escolas de ensino fundamental. Portanto, cerca de 77 mil escolas não contam com rede de esgoto; mais de 8 mil delas não contam com rede de água; e mais de 13 mil escolas no país atuam sem água, energia ou esgotamento sanitário. Ou seja, total falta de saneamento básico.

Reflexos da situação deficitária

Acre, Amazonas, Pará e Roraima são os Estados onde esses problemas, segundo o Censo, são um dos principais gargalos, e tem a situação sanitária mais problemática. Com tantas escolas nessa situação, não é à toa que o Brasil, em uma avaliação como o do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), esteja sempre em uma das piores classificações.

Para mais informações, leia também este outro artigo aqui no Blog.

Na última edição do Pisa, divulgada em 2016, uma vez mais o Brasil caiu no ranking. Em um universo de 70 países, ficamos na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.

Com 64% das escolas, as redes municipais são as principais responsáveis pelo ensino fundamental e, segundo a ministra substituta da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, esses problemas devem ser superados por meio de esforços das prefeituras: “A infraestrutura das escolas é muito desigual, isso já está revelado por todos os estudos do Inep, e não obrigatoriamente está relacionada a recursos. Há municípios que recebem o mesmo montante de recursos pelo Fundeb que outro município vizinho, e uma funciona melhor e o outro não funciona tão bem do ponto de vista da infraestrutura das suas escolas”, disse a ministra em reportagem publicada pela Agência Brasil.

Na avaliação da ministra, a superação desse (e de outros problemas do sistema educacional) deve ser feita por meio de esforços das prefeituras, sim, mas em parceria com governos estaduais e federal.

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Fonte:
Inep.gov.br/censo-escolar