Dado o tempo decorrido da última edição da pesquisa, realizada em 2008, o IBGE afirma existir “a expectativa de que a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico mostre uma evolução relevante no setor”.

O mês de setembro deste ano promete ser importante para o saneamento básico no país. É que depois de onze anos será lançada uma nova edição da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo IBGE.

O mês de março é o último da fase de coleta de dados, que começou em janeiro. “O questionário conta com questões sobre abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais ou drenagem, manejo de resíduos sólidos ou limpeza pública e gestão dos serviços”, diz o IBGE, que ainda elucida:

“Diferentemente da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que foi a campo no ano passado, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e do Censo Demográfico, por exemplo, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico não vai aos domicílios brasileiros, mas aos responsáveis pelos serviços de saneamento básico. Em regra, a prestação cabe aos municípios, que podem delegar o encargo a concessionárias, como a Cedae, no Rio de Janeiro, e a Sabesp, em São Paulo”.

Dificuldades da PNSB

Enquanto nas pesquisas domiciliares a dificuldade é o acesso aos informantes, diz o IBGE, na PNSB a dificuldade está em encontrar aqueles que são capazes de responder os questionários.

“A dificuldade é conseguir o informante adequado. Tem que ser uma pessoa que conheça bem o tema. São informações bem técnicas: vazão de água, volume distribuído… Os questionários, principalmente de água e esgoto, têm uma certa complexidade”, explica a gerente de Estudos e Pesquisas Sociais do IBGE, Cristiane Moutinho.

Ela afirma que a intenção da pesquisa é que cada um dos temas – abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais ou drenagem, manejo de resíduos sólidos ou limpeza pública e gestão dos serviços – tenha um informante diferente e de forma separada, dada a complexidade da questão técnica envolvida.

O longo tempo entre as pesquisas

Dado o tempo decorrido da última edição da pesquisa, realizada em 2008, o IBGE afirma existir “a expectativa de que a PNSB mostre uma evolução relevante no setor”. E isto pelos seguintes motivos:

• Na última edição, o Plano Nacional de Saneamento Básico havia completado apenas seu primeiro aniversário;
• Em 2010, Plano Nacional de Resíduos Sólidos que, dentre outras coisas, orientava o fim dos lixões.

Posicionamento da Allevant

Para João Sérgio Cordeiro, Diretor de Educação da Allevant, a publicação dessa pesquisa é importante como meio de mapeamento do que aconteceu no saneamento básico no país na última década: “Mas é essencial observarmos não apenas a existências dos planos, mas a efetiva implantação desses planos. O que tem acontecido com relação ao desenvolvimento dos municípios? Quais as propostas estão, de fato, sendo realizadas?”.

Comparar as metas e as realidades, ou seja, verificar e informar o que de fato “saiu do papel” é, portanto, uma das expectativas dessa publicação do IBGE.